
Demétrio Weber
Pisa revela estagnação do ensino em países desenvolvidos

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou, nesta terça-feira (03/12), os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos de 2018, o Pisa (da sigla, em inglês, para Programme for International Student Assessement).
Trata-se da principal avaliação mundial da educação básica, realizada a cada três anos, com a participação de cerca de 600 mil alunos na faixa dos 15 anos de idade, em 79 países e territórios. Os jovens respondem a questões de leitura, matemática e ciências. Em 2018, o foco foi em leitura.
Como de praxe, o Brasil ficou na parte de baixo da tabela. O que não chega a ser surpresa, já que a OCDE é formada majoritariamente por nações do Primeiro Mundo, que oferecem melhores condições de vida e mais oportunidades de aprendizagem a suas crianças e a seus adolescentes.
O universo avaliado pelo Pisa, no entanto, inclui estudantes de países em desenvolvimento, como o Brasil, o Chile, a Argentina e a Colômbia, entre outros. Ou seja, o mau desempenho brasileiro parece refletir não só o subdesenvolvimento econômico, na comparação com a porção rica do mundo, mas também as mazelas educacionais de nossas redes de ensino.
Na edição do Pisa de 2018, regiões da China, como Pequim e Xangai, lideram o ranking, que é dominado por asiáticos.
A discussão sobre o rendimento dos brasileiros, assim como a própria validade de testes padronizados para aferir a qualidade da educação, é extremamente complexa. Prefiro deixá-la para outro momento.
Desafios globais
Destaco aqui tópicos enfatizados pela OCDE em sua página na internet (www.oecd.org):
- Um em cada quatro estudantes, nos países da OCDE, é incapaz de concluir até mesmo as mais básicas tarefas de leitura.
- Cerca de um em cada quatro estudantes, nos países da OCDE, em média, não alcança o nível básico em ciências (22%) ou em matemática (24%). Isso significa que eles não podem, por exemplo, converter um preço em uma moeda diferente.
- A maioria dos países, especialmente no mundo desenvolvido, teve pouca melhora em sua performance ao longo da última década, embora os gastos com escolarização tenham aumentado 15% no mesmo período.
Os problemas detectados nos países ricos mostram que a educação enfrenta desafios em toda a parte.
O Brasil tem muito a avançar.
Acesse aqui mais informações sobre o Pisa na página da OCDE.