
Demétrio Weber
Entidade critica aulas de reforço em SP

A Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), entidade que reúne professores e profissionais da rede privada, criticou a possibilidade de que escolas públicas e particulares ofereçam atividades presenciais de recuperação e reforço a seus alunos, a partir do próximo dia 8 de setembro − antes da volta às aulas em todo o estado, que foi adiada para 7 de outubro, em função da covid-19. De acordo com a Fepesp, a decisão do governo paulista abre uma 'fresta' que pode prejudicar o combate ao novo coronavírus.
Em nota, a entidade expressou concordância com o adiamento da retomada das aulas presenciais para outubro, por considerar que o distanciamento social é a forma mais eficaz de impedir a propagação do vírus.
"Mas, infelizmente, erra o governador ao ceder à pressão mercantil das escolas e, em uma decisão política e não baseada em critérios sólidos de saúde, abre uma fresta para que a educação privada desrespeite o combate à praga em muitas cidades de São Paulo", diz o texto. "Epidemiologistas gabaritados afirmam que, mesmo assintomáticas, crianças podem transportar o vírus para suas casas e contagiar seus parentes e vizinhos mais velhos."
Desigualdades
Para a Fepesp, a possibilidade de reabertura de parte das escolas para aulas de reforço, enquanto outras continuarão funcionando somente por ensino remoto, cria uma situação de injustiça.
"Mesmo com consultas à comunidade, permitir atividades pedagógicas em algumas regiões e manter escolas fechadas em outras coloca escolares em descompasso injusto e traz insegurança às famílias e aos educadores. E, ainda, escancara as portas a disputas judiciais pela volta às aulas a força", diz a nota.
Para reabrir, a escola também deve estar localizada em região do estado que, há pelo menos 28 dias, esteja na fase amarela, a terceira das cinco etapas do Plano São Paulo para total retomada das atividades econômicas.
Confira aqui a íntegra da nota da Fepesp.